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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

BRASIL - Processo que pode levar à cassação de Cunha é longo; veja próximos passos

Eduardo Cunha tem afirmado que não vai renunciar à Presidência da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi denunciado nesta terça-feira (13) ao Conselho de Ética da Câmara com base numa acusação de quebra de decoro parlamentar. Mas para que ocorra a cassação do mandato do deputado, punição máxima prevista no Código de Ética da Casa, ainda são necessárias duas votações e um processo de investigação que pode terminar apenas em 2016.

Veja como será a tramitação do processo:
Abertura do processo: o presidente do Conselho de Ética envia a representação à Mesa Diretora da Câmara, que dá um número ao processo e o devolve para tramitação no conselho.
Escolha do relator: três possíveis relatores são sorteados entre os 21 membros do Conselho de Ética. Após o sorteio, o relator é escolhido pelo presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA). Deputados do mesmo partido ou Estado dos representantes ou dos acusados não podem ser o relator.
Parecer prévio: o relator do processo emite um parecer prévio sobre se a representação reúne todas as exigências legais para ser aceita. Nesse momento, ainda não é feita a análise dos fatos denunciados.
Investigação: depois de admitida a abertura de investigação, o relator tem 60 dias úteis para entregar seu parecer. Nessa fase são ouvidas testemunhas, juntados documentos e apresentada a defesa do acusado. O prazo de 60 dias não é prorrogável. Como os trabalhos da Câmara devem ser encerrados no dia 22 de dezembro, é possível que a investigação só seja concluída no próximo ano. Cunha pode recorrer contra supostas falhas no processo à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Aprovação do parecer: os membros da comissão então votam o parecer do relator, que indica também a punição que será aplicada. As penalidades vão de censura verbal ou escrita à perda de mandato. O parecer do relator precisa ter o voto favorável da maioria dos integrantes do conselho presentes à sessão.
Plenário decide: uma vez aprovado o parecer do relator, nos casos em que é pedida a cassação do mandato, a punição deve ser confirmado por votação aberta no plenário da Câmara. É preciso que a maioria absoluta dos deputados aprovem o parecer, ou seja, que haja o voto de 257 do total de 513 deputados. A votação em plenário tem que ocorrer em até 90 dias úteis após aberto o processo no Conselho de Ética, e no máximo duas sessões ordinárias após ser enviado o parecer pelo Conselho.

A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL ao Conselho de Ética após a Procuradoria-Geral da República confirmar que o deputado possui contas na Suíça e foi investigado pelo Ministério Público daquele país por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

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