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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PENDÊNCIAS
Microbiografia do pendenciense Gilberto Freire de Melo


Filho de Álvaro Batista de Melo e de Francisca Freire de Melo, nasceu em Pendências de Cima, no ano de 1934. Deslocou-se temporariamente para Bananeiras-PB, onde conseguiu matricular-se em colégio gratuito de boa qualidade, graças a influencia de seu parente Pedro Freire, quando freqüentar o 2° grau, na Várzea do Açu, era privilégio dos mais abastados. 

Voltou para as suas origens, disputando espaços de trabalho na indústria salineira regional, onde conviveu com o mais autentico ambiente profissional do operário de sua região. 

Foi professor primário em sua cidade, depois escrivão da policia, e, finalmente após aprovado em concurso público, foi nomeado para os Correios e Telégrafos, iniciando essas atividades na cidade de Açu, depois em Macau, em Pendências em Pau dos Ferros, em Macaíba e finalmente em Natal, onde veio a descobrir que as constantes remoções de trabalho faziam parte de seu rosário de penas impostas pelo regime da ditadura militar, com que nunca concordou.

 Iniciou-se nos ofícios literários a partir da criação da Emissora de Educação Rural de Mossoró, onde publicava uma crônica domingueira, até a multidão da democracia em abril de 1964. Conviveu com Pe. Zé Luíz que estabeleceu, em Pendências, fronteiras existências de tempo, despertando a consciência regional, e contribuindo eficazmente para a descoberta de valores, de potenciais humanos e culturais, abalando os alicerces de sua época. Reconhece, porém, côo maior influência do seu interesse pela literatura, a mania adquirida, desde muito cedo, pela leitura indistinta de autores, de publicações como o Pavão Misterioso, a revista O CRUZEIRO, Os Miseráveis, de Vitor Hugo e o Almanaque Capivarol. O convívio com o trabalho, com os tipos e com os personagens de Manoel Rodrigues de Melo fez-lhe despertar o interesse pela pesquisa e resgate dos costumes de sua região, a Várzea do Açu, o seu universo humano, social e literário.

Destaca como meta alcançada de suas ambições, além da maravilhosa família que constituiu, haver contribuído para a criação e funcionamento do Ginásio “Mons. Honório”, na cidade de Pendências, cuja primeira turma concluinte alcançou honrosos 80% do patamar de terceiro grau, que honra e orgulha os pendencienses.

Não perde a oportunidade de ressaltar e agradecer, sempre que chamado aos carretéis, a convivência  mantida, em seu universo, com Manoel Freire de Lemos, Padre José Luíz, Geraldo Santos Queiroz, Alba de Miranda Pinheiro, Sabina Pinheiro Costa, Absalão Pinheiro Maia, Manoel Francisco de Assis, Terezinha Queiroz, Renato Caldas, Gilberto Avelino, João Lins Caldas, Glorinha Pessoa, Padre Américo Simonetti, Renato Caldas, Demóstenes Amorim Amaro Prudêncio, João de Aquino, Geraldo Lucas, Gilvan Freire e uma série memorável de seus contemporâneos que, de um ou de outro modo, contribuíram para sua formação literária.

Escreveu e escreve versos e crônicas em publicações regionais, entre Nata, Açu, Macau, Carnaubais, Pendências e Mossoró, apenas como colaborador.

TRABALHOS PUBLICADOS:

MANOEL TORQUATO, Herói e Vítima da Guerrilha, a história real da luta dos salineiros e camponeses por uma organização sindical, que lhe custou a vida, com morte prematura, e o rótulo de “bandoleiro”, “facínora”, e “cangaceiro”, quando sua única intensão era a organização social dos trabalhadores que hoje estão ai usufruindo os resultados do seu trabalho que tinha como tema a trilogia PÃO, TERRA e LIBERDADE, aliado a contemporâneos como os irmãos Reginaldo da Rocha, Joel Paulista, Chico Guilherme, José Mariano que fundara, inicialmente, o Sindicato do Garrancho, com sede dentro do mato, onde seu reuniam, dificultando as perseguições policiais. MANOEL TORQUATO – Herói e Vítima da Guerrilha, foi publicado em 1999, graças à benevolência de Vingt-um Rosado, que, falecido há bem pouco tempo, DEIXOU ÓRFÃOS TODOS OS AUTORES POBRES DO RIO GRANDE DO NORTE.

A VIRGINDADE PROFANADA – Um ensaio sociólogo sobre o tabu da virgindade feminina, ilustrado com contos temáticos documentais, publicado em 2004, através da Coleção Assuense, graças à consciência cultural e à generosidade do Prefeito Ronaldo Soares.

ABSURDOS GRAMATICAIS – Uma coletânea de erros gramaticais exibidos na imprensa ao seu alcance, com criticas, correções, e as respectivas regras gramaticais. Publicou, em junho de 2006, graças à solidariedade de seu amigo, François Silvestre de Alençar, então presidente da Fundação José Augusto, companheiro de resistência contra o engodo militar que oprimiu o povo brasileiro durante mais de vinte anos. E não parou por aí. Seu interesse pela literatura amadureceu e já tem, em fase de ou aguardando publicação, entre romances ensaios, contos, poesias, pesquisas gramaticais e questionamentos religiosos, os seguintes trabalhos: 



REPORTAGENS QUE NINGUÉM ESCREVEU – Contos documentais que retratam fatos inéditos ocorridos na região, aprovado pela Comissão de Cultura “Djalma Maranhão”, em fase de confecções na Gráfica Manso de Açu-RN, que brevemente será levado ao público, graças ao patrimônio de Gerôncio Santos Queiroz que considera o maior homem público de Pendências, em todos os tempos.

A SANTA LUZIA DO MEU TEMPO – Enfocando situações históricas da Várzea do Açu, no tempo em que Carnaubais ainda se chamava Poço da Lavagem e Santa Luzia, está programado, através de patrimônio do Prefeito Zenildo Batista de Souza, para ser publicado e levado ao público no mês de setembro/2006, quando se efetivará o aniversario da emancipação política-administrativa de Carnaubais.

APOLINHO E A FILHA DE MARIA – Em estilo de romance, um duelo virtual entre o sexo e a fé, aguardando patrocínio.

O SERTÃO EM PRETO E BRANCO – Romance temático sobre a saga do sertanejo nordestino, enfocando os costumes a sócio-economia, a cultura, as asperezas e as ternuras da região. Aprovado pela Comissão Estadual de Incentivo à Cultura – Lei Câmara Cascudo – foi encaminhado à Petrobras, onde permanece aguardando uma mãozinha de seu conterrâneo Francisco Alves de Queiroz Neto, um dos diretores da empresa aqui no Nordeste.

QUESTIONAMENTOS RELIGIOSOS – Ensaio e discussão sobre a fé, a história, o ensino e as dúvidas BÍBLICAS despertadas pela divulgação dos Manuscritos do Mar Morto.

VERSOS QUE EU NÃO RASGUEI – Título justificado por ser uma coleta de resíduos de sua produção poética, quando deixou de rasgar versos que não se assemelhavam aos de Castro Alves, Gonçalves Dias, Olavo Bilac, Guerra Junqueiro, Augusto dos Anjos, suas primeiras influências, embora reconheça haver sido contagiado dos gênios João Lins Caldas e Renato Caldas, de cuja intimidade privou na cidade de Açu.

DICIONÁRIO SERTANEJO DA LÍNGUA NORDESTINA – Um resgate da linguagem do sertanejo nordestino, com suas peculiaridades usuais e o significado próprio da região.

AUXÍLIO À LÍNGUA – Uma espécie de continuação de ABSURDOS GRAMATICAIS, em fase de preparação, enfocando as várias distorções gramaticais e seu uso, em muitos casos, sem o respaldo das gramáticas oficiais.

CÂNDIO CAMBÃO – O Sabiá das Carnaubeiras – Resgate do trabalho do cantador “Cândio Cambão”, que, sem qualquer registro escrito, deixou um considerável manancial de versos improvisados, apenas existentes na memória de seus contemporâneos, admiradores da irreverência do poeta.

É membro do INSTITUTO CULTURAL DO OESTE POTIGUAR-ICOP, com sede em Mossoró, eleito pela unanimidade de seus membros. Sua posse, em julho de 2005, teve como patrono, o historiador e pesquisador potiguar Raimundo Soares de Brito, e contou com as presença honrosas de Vingt-um Rosado, João Batista Cascudo Rodrigues, Helder Heronildes, Wilson Moura, além de convidados e membros da respeitável confraria.

Manifestou, na primeira hora, sua oposição ao indigesto golpe militar de 1964, sendo punido com transferência de sua cidade – Pendências – e aposentadoria profissional fora de hora, porém nunca deixou de, com seus contemporâneos, cantar as glórias e chorar as dores de sua terra.

Hoje, o município completa 59 anos de emancipação política e à todos os pendenciense, os nossos parabéns especial por esta data

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