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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ESTADO

Nélter Queiroz: “Tenho medo de morrer”


“Pela primeira vez na minha vida, eu estou com medo de morrer”. O desabafo é do deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB). Numa conversa com um interlocutor, testemunhada pela reportagem d’O Jornal de Hoje, o parlamentar se queixava de não possuir mais privacidade por ter que andar acompanhado de policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e demonstrou ter medo de que algo venha ser tentado contra a sua vida.

Desde que a Polícia Civil do Rio Grande do Norte desvendou uma série de crimes ocorridos no interior do Estado, prendendo integrantes de um suposto grupo de extermínio, o parlamentar anda escoltado por policiais. 

No curso das investigações, escutas telefônicas revelaram a intenção da quadrilha, com ramificações políticas em municípios da região, de assassinar o deputado estadual, que exerce liderança local.

Ao escutar a revelação do deputado, a reportagem o abordou e perguntou se ele poderia falar ao jornal sobre o que tinha acabado de dizer ao interlocutor, entre cafezinhos e água mineral. Nélter Queiroz disse que preferia não conceder entrevista para falar das ameaças de morte que sofreu. 

Mas continuou conversando e disse que, apesar de estar satisfeito com o resultado das urnas, porque contribuiu com a eleição de 21 prefeitos dos 25 que contabiliza como seus “aliados políticos”, não está feliz.

Nélter Queiroz reclama ter perdido a sua privacidade por andar sempre escoltado. E tem evitado comparecer a eventos políticos com grandes aglomerações. “Fui forçado a renunciar minha presença nos municípios. Na última sexta-feira, desisti de participar da vigília em Alto do Rodrigues. Também cancelei minha ida para a festa da vitória em São Rafael. Passo o melhor momento político da minha vida, mas não estou desfrutando disso”, disse o deputado.

SEGURANÇA
O deputado Nélter Queiroz está sob proteção do Bope desde que escutas telefônicas revelaram a intenção em assassiná-lo. A segurança foi requisitada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta, e concedida pelo secretário da Segurança Pública e da Defesa Social, Aldair da Rocha. Policiais fardados, armados e em viatura caracterizada do Bope, a tropa de elite da Polícia Militar, acompanham o deputado.

A motivação do crime, de acordo com o que apontou a investigação da Polícia Civil, seria a cobrança de Nélter para que um homicídio cometido na região fosse esclarecido. O grupo não teria gostado e planejou a execução do parlamentar, oferecendo R$ 50 mil a dois pistoleiros, segundo apurou a polícia. 

O suposto plano não foi executado porque os homens contratados não cumpriram o acordado. A polícia afirma que Paulo Douglas e Vanderlei Ulisses foram mortos pela quadrilha por não cumprirem o planejamento de matar o deputado. Os dois homicídios foram registrados em 2011.

Para a Polícia Civil, em linha argumentativa reforçada pelo Ministério Público Estadual, o presidente da Câmara de Vereadores de Assu, Odelmo de Moura Rodrigues, que está preso com outros três acusados, seria o chefe de uma quadrilha com atuação na Região Oeste do RN. 

O chefe da Divisão de Polícia do Oeste, delegado Odilon Teodósio, é responsável pela investigação e, nos últimos dias, não tem mais falado a respeito do trabalho da sua equipe, para não atrapalhar as investigações.

portaljh

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